quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Feliz 2010


Estou numa casa com vista para o mar... Na praia da Arrifana, Algarve.
Vim aqui comemorar o ano que passou e preparar o que está para vir.
Boa companhia, boa comida, bom vinho, uma vista deslumbrante. O que mais posso querer?
Que o ano que está para vir seja repleto de coisas boas e que as más sejam contornáveis. Que seja possível dar continuidade aos projectos que iniciámos em 2009, que as diferenças não sejam constrangimento mas matéria prima para a criação.
Um feliz ano para todos!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Nuestros hermanos apoiam os músicos!


No dia 24 de Dezembro o jornal El PAÍS publicou uma iniciativa de apoio do Ministério de Cultura espanhol, ao sector musical, para 2010.  Propõe-se a apoiar tournées nacionais a artistas pouco conhecidos.
Na actualidade a música vive uma nova etapa à qual devemos adaptar-nos, referem.  O mundo das descargas na internet, faz com que a música tenha passado a ser totalmente grátis e os palcos passaram a ser a única fonte de rendimento para quem vive do negócio.
O Governo aprovou um orçamento de 500.000 euros para 2010.
O apoio destina-se a gastos de viagem, alojamento e mobilidade, assim como gravações de discos.  Uma vez que os mesmos passaram a ser uma importante ferramenta de promoção, um cartão de visita para o artista conseguir mais espectáculos. 



 

domingo, 27 de dezembro de 2009

Entrevista para a Algarve Mais - na Praia de Monte Gordo


Susana Travassos é mais uma cantora algarvia a impor-se além-fronteiras, designadamente no Brasil, onde sua voz e presença em palco têm feito furor e cativado compositores do país irmão. Depois de no albúm de estreia prestar um tributo a Elis Regina, a jovem de Vila Real de Santo António está a gravar um segundo disco acompanhada por um pianista e na forja está mais um trabalho de originais. Que deverão ver a luz do dia nos primeiros meses de 2010. Aproveitando uma vinda da psicóloga de formação ao Algarve, ficamos a conhecer um pouco mais do percurso de Susana Travassos das suas ambições, numa conversa informal na praia de Monte Gordo. 






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A meio  sol ainda brilhava forte nos céus algarvios e o calor convidava a uma ida à praia e muitos eram os estrangeiros e idosos que se deliciavam nos areais de Monte Gordo, local escolhido para nos encontrarmos com Susana Travassos, uma cantora de Vila Real de Santo António cuja musicalidade é bastante influenciada pelo mar. Uma vocação que se fez sentir em tenra idade, no entanto, a timidez e a falta de confiança relegavam para plano secundário qualquer pensamento de fazer carreira ligada ao espectáculo. Assim sendo, a jovem fez um percurso académico igual a tantas outras raparigas e formou-se em Psicologia Educacional e foi apenas nesta altura que decide arriscar, dar um passo em frente e gravar um disco de homenagem à cantora brasileira Elis Regina. “O meu avô era apaixonado pelos tangos e foi uma grande referência para mim, sempre convivi com ele a cantar e a minha família incentivava-me constantemente para a cultura e para experimentar diversas artes, desde a pintura à representação. Ainda pensei seguir teatro, mas acabei por me concentrar no canto”, conta a algarvia.

Os primeiros contactos de Susana Travassos com a música dão-se logo aos cinco anos, com o acordeão, depois de ter visto uma rapariga a tocar aquele instrumento num concerto. Foi um clique imediato, de tal modo que fez saber essa vontade à avó e, dito e feito, teve direito ao desejado acordeão. “Estudei quatro anos mas percebi que não era bem aquilo que me enchia as medidas, por isso, passei para o piano e tive aulas particulares, em Vila Real de Santo António, por mais cinco anos. Ao mesmo tempo cantava, mas às escondidas, não me arriscava a fazê-lo em público, por vergonha”, admite a entrevistada, depois de uma sessão fotográfica na praia de Monte Gordo.
Decidida a ver se tinha valor para enveredar por uma carreira de música, Susana Travassos vai fazer um exame de admissão ao Conservatório de Faro, para piano, mas não fica satisfeita com a professora e com o conteúdo das aulas. “No entanto, eu queria mesmo prosseguir a formação nesta área, por isso, fui para o canto”, indica, já com algumas actuações de escola no currículo mas ainda sem um projecto definido, de tal modo que, aos 18 anos, vai para Lisboa tirar Psicologia.

Na capital conhece mais jovens com aspirações musicais, lida com compositores e instrumentistas e o bichinho da banda ganha outros contornos e do canto lírico muda-se para o jazz, estudando no Hot Club durante três anos. A procura constante de um estilo que a satisfizesse plenamente não parou por aqui e integra duas bandas com colegas de curso, na linha da world music. “Mas havia sempre a Psicologia pelo meio e nunca me podia dedicar a 100 por cento. Já escrevia músicas em parceria com o João Pires, um guitarrista com fortes influências do flamenco, só que não sentia segurança para os gravar. Só depois de ter estado no Brasil é que me senti encorajada a fazer o registo dessas melodias”, explica a psicóloga de formação que, todavia, não chegou a exercer a formação. “Gravei o disco e, felizmente, fui tendo cada vez menos tempo para dedicar à Psicologia”.de Outubro, o




Quebrada a barreira da auto-confiança, a música depressa se tornou um assunto sério e o apoio da família foi total. “O meu pai pedia-me insistentemente para finalizar o curso para poder ir cantar à vontade, porque acreditam que eu posso ter algum futuro e viver desta actividade, mesmo sabendo que é um meio difícil de singrar. Mas é onde me sinto feliz”, admite, de olhos brilhantes, lembrando a sua viagem ao Brasil. “Fui actuar com uma banda bem conhecida de São Paulo, num evento inserido nos festejos dos 455 anos da cidade e onde se pretendia apresentar cantores de nacionalidades que tivessem influenciado o sotaque paulista”, esclarece Susana Travassos, acrescentando que o álbum de tributo a Elis Regina foi editado a 31 de Julho de 2008. “Foi uma inspiração desde nova, aprendi bastante com ela e quis agradecer-lhe com esta homenagem. É uma das minhas grandes referências como intérprete em cima do palco”, justifica.

A edição de autor deste primeiro álbum contou com a colaboração de outros artistas, desde Rob Curto e Alfonso Almiñana, respectivamente o acordeonista e técnico de som de Lilla Downs, a Ricardo Gouveia, guitarrista e compositor de Lisboa. “Foi um conjunto de pessoas que acreditavam no meu trabalho e aceitaram entrar nessa aventura, mas não houve uma estrutura oficial com produtor musical e editora”, indica, ao que se seguiu uma tournée, com especial incidência no Algarve, entre os quais espectáculos no Teatro das Figuras, em Faro, no Festival MED, em Loulé, e mais actuações em Vila Real de Santo António e Portimão. “Para mim, a parte mais complicada é interagir com o público, porque cantar é uma coisa natural, sinto-me super à vontade nesse aspecto”, confessa.

O público quer coisas diferentes

O Brasil é conhecido por ser um país que aposta nas artes, especialmente nos músicos de qualidade, e a experiência de Susana Travassos do outro lado do Oceano Atlântico acabou por ser fulcral em início de carreira. Aliás, do convite para um espectáculo passou-se para uma estadia de cinco meses, pois foi desafiada por diversos grupos para participar em mais concertos e na gravação de discos. “Foi uma caminhada gradual que me cativava uma atenção crescente e, agora, desde que acordo até que vou dormir, o meu trabalho é a música”, reconhece, satisfeita, continuando com o relato da experiência no Brasil. “Conheci o pianista Luís Filipe Gama e houve logo uma forte empatia entre os dois, mostrou-se as suas composições, que inseri nas minhas actuações e comecei a afastar-me um pouco do projecto de homenagem à Elis Regina e a apresentar outra faceta. Chamei um contrabaixista que tinha encontrado nas Minas Gerais e o meu baterista daqui, o Marcelo Araújo, e formamos um quarteto para criar um espectáculo diferente, que funcionou bastante bem”.

Após uma vinda ao Algarve, Susana Travassos regressa ao Brasil, a parceria com Luís Filipe Gomes intensifica-se e concretiza-se a ideia de gravar um «cd» de voz e piano, que deverá ser lançado em Janeiro de 2010, numa gestão de tempo que não é pêra doce. “É uma vida instável, sempre a viajar de um lado para o outro, mas a vertente artística vai ficando mais rica e também estou numa fase em que isto ainda é possível, porque não tenho filhos”, admite, garantindo não ter razões de queixa da receptividade dos algarvios à sua sonoridade. Outro projecto que subirá brevemente a palco prende-se com uma homenagem a Heitor Vila Lobos, nas comemorações do seu falecimento, no Teatro Municipal de Portimão, com uma dupla de guitarristas. Depois, é tempo de rumar a Lisboa, para participar no Onda Jazz, com Luís Filipe Gama. “Espero que os bons teatros nos abram as portas, mas sente-se uma barreira no resto do país”, lamenta a cantora.

Inserida no contexto da world music, Susana considera que este rótulo é uma faca de dois gumes, com vantagens e desvantagens. “É uma marca cada vez mais abrangente e há espaço para muitos festivais, mas continua a ser uma música mais alternativa, não é o comercial puro que passa facilmente na rádio. De qualquer modo, é um conceito que deixa as pessoas curiosas, por não ser limitado e não se restringir a um só género sonoro”, defende a entrevistada, frisando que o seu segundo disco a solo será, de facto, assumidamente de world music. “Vou editar as minhas primeiras composições, numa onda lusófona onde as minhas raízes estão bem assentes e relacionam-se bastante com o Algarve e o mar. Vai chamar-se «Janela Lusa», será na mesma linha de fusão do álbum de estreia e terá traços portugueses, brasileiros e cabo-verdianos. As músicas já estão feitas, resta a pré-produção e os arranjos e julgo que estarei pronta para entrar em estúdio para gravar no arranque de 2010”.

Contactos com editoras e distribuidoras existem e Susana Travassos nota que há uma aposta em novos produtos, porque o público também deseja coisas diferentes, depois da fase da música pimba e das boys-band e girls-band. “Os portugueses estão mais exigentes e basta ver as bandas que têm surgido recentemente. Os jovens já gostam do que é nacional”, afirma. No que toca à promoção dos trabalhos discográficos, a opinião da entrevistada é mais comedida, embora admita que ir à televisão não é um obstáculo. “Pode-se ir aos programas da manhã e da tarde dos vários canais, mas não existem nenhuns especializados em cultura, em arte ou música”, desabafa a algarvia de 27 anos, para quem a Psicologia está definitivamente remetida para o passado. “Estou de corpo e alma na música e 2010 vai ser um ano chave, com o lançamento do disco com o pianista Luís Filipa Gama e do meu projecto a solo. Espero que tudo continue no bom caminho”, diz, de sorriso nos lábios e o sol a banhar-lhe o rosto. Terminada a conversa, era tempo de desfrutar do fim-de-semana com a família, em Vila Real de Santo António, porque segunda-feira iniciava-se mais uma maratona entre Portugal e o Brasil.

domingo, 6 de dezembro de 2009

CD LABIDUMBA DE Sérgio Pererê



Acabo de fazer uma pequena viagem dentro da minha região. Ia visitar uma amiga e já estava atrasada para o encontro... Foi nessa circunstância que enfiei a mão no compartimento da porta do condutor e apanhei um CD para ouvir pelo caminho. Esse era o CD Labidumba do Sérgio Pererê, um amigo que tive o prazer de fazer em Belo Horizonte.
Já o havia escutado antes, mas não com os ouvidos de hoje. Penso que um CD precisa de no mínimo 3 audições em 3 diferentes momentos.
Não costumo escrever acerca de trabalhos discográficos, mas sinto-me obrigada!
Este é um CD parido pela terra, que navegando num mar de montanhas  encontra suas raízes em África.
Som pulsado pelo bater do coração e por vozes ancestralmente colhidas de uma terra vermelha e fértil. Terra dos trabalhadores de café, da cana de açúcar... Uma conversa com Deus e os Orixás que vivem dentro...
Letras com palavras fortes, simples e convencionais que se misturam com “uma dose de poesia para aliviar a dor” e uma melancolia tão bem doseada entre "a força da água, a cruel liberdade e o medo do escuro..."
Um trabalho cheio dos ingredientes que condimentam a vida, que transpira autenticidade, busca a paz e a união, que tem a força da “saudade da casa do pai “ e a fé do tambor. Um som que reclama e é a esperança!

sábado, 19 de setembro de 2009

Em São Paulo!













Acabada de acordar na cidade de São Paulo... 
Um misto de saudade das minhas terras, família, amigos e uma alegria imensa por estar a ter a oportunidade de viver estas experiências musicais, pessoais!

Este é o candeeiro do meu quarto aqui em São Paulo. Ele acende com um leve toque de dedo!
















Planos: 
Hoje irei assistir ao novo show do meu amigo Zeca Baleiro, um show intimista com Swami Jr e Tuco Marcondes. 
Aproveito para informar que o Zeca Baleiro concorre a melhor Album de música popular Brasileira com "O coração do Homem-Bomba vol 1" - Grammy Latino 2009.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Susana Travassos e Chico Saraiva - Festival Maravilhas de Sagres







Susana Travassos, cantora nascida em Vila Real de Santo António, destac-se em Festival que marca a inauguração da estátua do Infante D. Henrique.
Se na noite do passado dia 9, D. Henrique estivesse presente num dos lugares onde supostamente mais gostava de ir, alem de se alegrar com a inauguração de sua própria estátua, provavelmente, durante algum tempo, miraria o nascer da lua cheia não fosse encantado pela voz de uma jovem que, sem o medo do desconhecido, mergulhava nas canções que ecoavam no ar.
Na mítica Fortaleza de Sagres, Susana Travassos, cantora algarvia, apresentou ao público seu trabalho "Oi Elis", no qual elege canções já interpretadas pela grande musa brasileira Elis Regina. Com uma voz etérea, um timbre peculiar e a alma a saltar pela boca, Susana conquistou o público já na primeira música.
Assim como D. Henrique, pai dos descobrimentos, mais de cinco séculos depois, Susana redescobriu o Brasil e trouxe como convidado especial Chico Saraiva, músico e compositor brasileiro que veio com um repertório autoral, intenso e muito bem sincronizado ao estilo da cantora. As músicas trazem letras que evocam nada menos que o mar sempre a destacar-se no horizonte da Fortaleza de Sagres, dividindo atenção apenas com as altas falésias.

         Chico Saraiva é um dos parceiros cogitados para o próximo cd da intéprete, que pretende, a esta altura, desenvolver um trabalho original e recheado com a nova safra de compositores brasileiros e portugueses, num contínuo namoro que busca a diversidade cultural e o diálogo artístico.
No palco, o entrosamento dos músicos suscitou aplausos calorosos ao final de cada canção. A banda, formada por portugueses, brasileiros e cubanos garantiu o carácter híbrido do show. A formação contou com João Frade no acordeon, Cobra na guitarra, Marcelo Araújo na bateria, Vini no baixo e Olívio Pino no teclado.
Não tivesse há muito partido, D. Henrique talvez descobriria ali naquela noite uma das grandes Maravilhas de Sagres.
Para os interessados, Susana Travassos e Chico Saraiva, apresentam-se dia 28 no Festival MED, em Loulé.