Minas "Passando Portas" em mim, em ti, em nós...

Acabava de me formar em psicologia e de lançar o CD “Oi Elis”, sem saber nada acerca do que envolve produzir um CD, divulgá-lo...  Até então estudava psicopatologia, desenvolvimento infantil...foi uma verdadeira aventura!

Tive ajuda de amigos, familiares... Alfonso Almiñana (técnico de som) de Valência, que emprestou o pré-amplificador,  o micro para voz, quem fez a masterização; Ricardo Gouveia que fez parte da direcção musical, gravou; Rob Curto, que veio dos Estados Unidos, e fez parte da direcção musical, juntamente comigo e com o Ricardo Gouveia, gravou piano, pandeiro, acordeão; Aurélio Ramos, cabeleireiro, tratou da imagem; Marta Reis, minha irmã, que fez todo o design, vídeos, fotos; a Nádia Correia que ajudou na produção e assessoria para o lançamento; o meu pai, a minha mãe, a minha avó na criação dos figurinos...

Em Outubro de 2008, 5 meses depois de lançar o “Oi Elis” fiquei a saber de uma tal de womex, em Sevilha, um dia antes dela começar!

Coloquei os meus CD’s no carro, alguma roupa e fui para Sevilha. O Stand da Câmara Municipal de Loulé deu-me um espacinho, foi aí que conheci três mineiros. Com eles partilhei a minha vontade de continuar a viver neste caminho difícil que é ser-se um músico independente. Unimos forças, cada um deu aquilo que tinha mais à mão, cada um foi procurando conquistar um espaço que pudesse servir a todos, nesta troca. Uns foram, outros vieram, conheceram amigos de amigos e continuaram a semear...

Amizades se fizeram, se desfizeram, mas o importante é que o fluxo desse encontro continua vivo para além dessas pessoas que foram apenas o motor para que tudo acontecesse.

“Passando Portas” o CD de Luiz Gabriel Lopes, marca uma nova fase desse movimento, pois é ele quem materializa musicalmente, pela primeira vez, este encontro entre Minas e Portugal! Um Bem haja a todos!

Susana Travassos no Congo!

No dia 1 de Setembro de 2010, estarei no Congo, na cidade Pointe Noire para me apresentar com o show "Janela Lusa", dentro do Festival Fête à Ndjindji, onde se apresentarão artistas consagrados da música africana, como Salif Keita, Manu Dibango... Quem estiver por perto, não deixe de ir!

   Este ano será marcado por um grande acontecimento. Temos o imenso privilégio de receber quinze artistas e grupos de excepcionais provenientes de diversos horizontes dentre os quais, monstros sagrados da cena musical africana e internacional. Eles virão alegrar o público pontenegrino amante da boa música nos diferentes lugares que deverão abrigar os concertos previstos na ocasião deste quinto festival. Uma edição rica, diversificada e inovadora que se anuncia alta em cores e repleta de supresas.

Durante cinco dias, do dia 1º a 5 de setembro, proporemos uma virada excepcional que incluirá África, Europa e América. Três continentes unidos pela cultura em geral e a música em particular, para o prazer dos melómanos e de inúmeros curiosos que, sem dúvida alguma, tomarão de assalto os diferentes lugares do festival, que já é um grande sucesso desde seu lançamento em 2005.

Estarão na festa grandes celebridades como Manu Dibango, Salif Keita, Kim Douley, D. J. Lewis, OGB, Ya Tatchi, Klezmofobia, Susana Travassos e Jane Bunett. Uma diversidade de estilos e de músicas que prometem verdadeiros momentos de prazer e felicidade. Este encontro é um dos acontecimentos imperdíveis culturais do Congo. E certamente os mais atrativos de Point-Noire, contribuindo para o brilho da cidade costeira e do país. Portanto, não é mais permitido que se duvide que esse festival será um sucesso absoluto, como as edições anteriores.

Patrick Tatih

Promoteur de la Fête à Ndjindji

Susana Travassos "Ao encontro do fado" na sua terra mãe!

Susana Travassos, cantora algarvia, apresenta o concerto “Ao encontro do Fado” dia 02 de Julho, na Praça Marquês de Pombal em Vila Real de Santo António, pelas pelas 22 horas.

Susana lançou-se no mercado, em 2008, com o cd “Oi Elis”, no qual homenageia Elis Regina e canta músicas já interpretadas pela grande musa brasileira. Com um sotaque português e uma voz que funde ecos de fado, jazz e música tradicional portuguesa, reinventou, de forma peculiar e original, muitas dessas pérolas da MPB.

Segundo a cantora, este é um concerto saudosista, de regresso a Portugal. Depois de ter estado no Brasil aproximadamente um ano, entre idas e vindas, e ter realizado concertos em parceria com grandes compositores brasileiros como Zeca Baleiro, Chico Saraiva, Luís Felipe Gama e de ter gravado para os CD de Vitor Santana e Chico Lobo, Susana encontra no fado o melhor veículo para expressar a saudade  de seu país.

No palco da sua terra mãe, a intérprete traz consigo Guilherme Banza na guitarra portuguesa, Pedro Pinhal, na viola de fado e Rodrigo Serrão no baixo e os seus companheiros que a acompanham desde o início: João Frade, no acordeão e Marcelo Araújo na percussão.  Com um repertório de fados tradicionais e alguns temas luso-brasileiros representativos da passagem da cantora por essas terras, fazem deste concerto um espectáculo inédito; a celebração do reencontro da cantora com o seu país e a sua cultura.

Estou Vivo e Escrevo ao Sol

Eu escrevo versos ao meio-dia

e a morte ao sol é uma cabeleira

que passa em frios frescos sobre a minha cara de vivo

Estou vivo e escrevo sol

Se as minhas lágrimas e os meus dentes cantam

no vazio fresco

é porque aboli todas as mentiras

e não sou mais que este momento puro

a coincidência perfeita

no acto de escrever e sol

A vertigem única da verdade em riste

a nulidade de todas as próximas paragens

navego para o cimo

tombo na claridade simples

e os objectos atiram suas faces

e na minha língua o sol trepida

Melhor que beber vinho é mais claro

ser no olhar o próprio olhar

a maravilha é este espaço aberto

a rua

um grito

a grande toalha do silêncio verde

Em São Paulo!

Susana Travassos em São Paulo, ao lado do Duo Saraiva-Murray!

 A cantora portuguesa, em passagem pelo Brasil junta-se aos violonistas Chico Saraiva e Daniel Murray para apresentar um show baseado em repertório luso-brasileiro com canções de Carlos Paredes, fados imortalizados na voz de Amália Rodrigues e músicas inéditas de Chico Saraiva.

"Gostava de morrer de repente. Acho que as
               pessoas deviam ser como as maçãs, cair
               da árvore."                
                                    Amália Rodrigues

Al-Gharb

Tropeço na recta

Desfaço a calçada

No cume vou recta

E caio descalça

Pensei que era vento

Que vinha do norte

Meu nome é Bóreas

Sou Frio e forte

Tropeço outra vez

Estou enganada

Se noto, sou Nótus

Com calor desfaço

P’ra sul vou em nuvem

Oh gharb empurrado

Resisti em canto

Agora sou fado

Al-andalus, identitatis nossa

Adarga da alma, que respira e sopra

De ventos cruzados se fez nossa história

Alcatruz em barro, somos vinho e água